- 8 de agosto de 2019
- Posted by: Charles Uhlmann
- Category: Suas Finanças
O assunto “educação financeira” tem sido abordado de maneira recorrente no Brasil. Esse conteúdo ganhou força sobretudo durante o período em que nosso país sofreu os impactos da crise econômica mundial.
Neste cenário, um dos assuntos mais importantes consiste em saber o que é reserva de emergência.
Em linhas gerais, a reserva de emergência é um aporte financeiro destinado para custear despesas decorrentes de situações adversas inesperadas. Tendo em vista a importância desse assunto, acompanhe o texto e conheça com mais detalhes em que consiste uma reserva de emergência e, como um bônus, receba cinco dicas para criar a sua.
Qual a importância de se fazer uma reserva de emergência?
A fábula da formiga e do gafanhoto ilustra a importância de se ter uma reserva de emergência. Resumidamente, a formiga trabalhou duro e reuniu mantimentos para o período do inverno. O gafanhoto, por sua vez, só queria saber de cantar e nem pensava em poupar.
O inverno chegou e a formiga sobreviveu confortavelmente ao período adverso, porém, o gafanhoto, que não teve a menor disciplina, quase morreu de fome e de frio, pois não poupou absolutamente nada para os tempos difíceis.
Essa pequena descrição da fábula, atribuída à Esopo, nos permite aferir dois aspectos que denotam a importância de se fazer uma reserva de emergência.
O primeiro aponta para o quão relevante é ter um dinheiro guardado para momentos de infortúnio, como uma doença na família, um reparo no encanamento, uma viagem de emergência, dentre outros.
A segunda lição versa sobre a importância do foco. A formiga tinha um objetivo e, em momento algum, desviou-se de cumpri-lo. Nesse sentido, uma vez estabelecido o aporte que será destinado para sua reserva, este deverá ser economizado mês a mês. Ainda, é importante destacar que tal dinheiro só poderá ser utilizado em situações mais graves.
Viagem de férias, operação estética, passeio com a família… Esses itens não podem ser considerados como emergência. Portanto, só utilize sua reserva para situações muito importantes mesmo! As demais atividades podem ser realizadas com outros recursos. Para tal, basta que você saiba planejar seu orçamento.
Como fazer uma reserva de emergência?
Se você não pretende passar pelos mesmos apuros que o gafanhoto, é importante tirar um tempo para organizar seu orçamento doméstico e começar a poupar. Para lhe ajudar nessa tarefa, vamos destacar algumas dicas para que você possa fazer a sua.
Faça um planejamento financeiro pessoal
O planejamento financeiro é uma condição essencial para que você possa obter sucesso na criação da sua reserva de emergência, sem que, para tanto, seja necessário fazer cortes orçamentários drásticos. Nesse sentido, basta que você elabore uma planilha com as seguintes informações:
- faça um levantamento de todas as suas fontes de renda;
- anote todos os seus gastos (fixos e variáveis);
- obtenha a diferença entre receitas e despesas.
Esse processo permitirá que você tenha maior controle financeiro e, com isso, possa destinar uma parte para economizar. Especialistas destacam a importância de não nos deixarmos seduzir por consumos desnecessários antes de formarmos o montante correspondente à reserva de emergência. Mas, afinal, qual é o valor necessário?
Calcule o montante necessário
O cálculo para definição do valor a ser alocado para a reserva de emergência tem como principal critério o nível de estabilidade empregatícia, bem como o custo necessário para manter os gastos essenciais da sua família. Em relação ao nível de estabilidade laboral, são três os principais critérios:
- autônomos: em média 12 vezes o custo para manter gastos essenciais;
- empregados em regime celetista: de 6 a 12 vezes o custo para manter gastos essenciais;
- funcionários públicos – de 4 a 6 vezes o custo para manter gastos essenciais.
Imagine o seguinte cenário: João, metalúrgico, empregado em regime celetista, casado, com renda média de R$ 5.000/mês. Considerando o caso em destaque, sabemos que João tem um custo para manter gastos essenciais de R$ 4.000. Logo, João terá que economizar R$ 48.000 para situações de emergência.
De posse do valor a ser poupado, o próximo passo consiste em estipular os aportes mensais que serão destinados para tal. Além disso, é muito importante estabelecer um prazo para atingir o valor total correspondente.
Estipule um valor para poupar
Um ditado muito empregado por consultores financeiros é: “para quem não sabe onde quer chegar, qualquer lugar serve”. Essa expressão denota a necessidade de estabelecermos metas específicas. Tendo em vista a situação de João, precisamos definir os seguintes critérios:
- quanto será destinado para a reserva de emergência?
- por quanto tempo?
- de onde virá o recurso?
Ao aplicarmos os três questionamentos ao caso em exame, veremos que, ao destinar R$ 2.000 mensais, João atingirá o valor de que precisa, ou seja, os R$ 48.000, em 12 meses. Uma vez estabelecida a meta, é necessário decidir qual opção de investimento adequada para a reserva de emergência.
Escolha um investimento
Escolher o tipo de investimento para alocar os recursos que farão parte da sua reserva de emergência é outro fator importante. Opções com baixo risco e maior liquidez, isto é, que facilitem o resgate do dinheiro investido, são os mais recomendáveis. Nesse sentido, CDB, LCA e LCI com liquidez diária ou títulos públicos são excelentes opções.
Por outro lado, caso tenha dívidas, recomenda-se que você procure quitá-las para, só depois, começar a fazer sua reserva. Para isso, conte com empréstimos com garantia de veículo ou de imóveis. Essas opções costumam ter um custo efetivo total bem inferior ao praticado por bancos.
Portanto, só comece a fazer sua reserva de emergência quando estiver livre de todas as dívidas. Ainda, quando estiver pronto para começar, compare dentre as opções de investimentos e escolha a mais rentável. Para isso, utilize os simuladores de investimentos que estão disponíveis nas plataformas das corretoras de investimentos.
Conte com a ajuda de familiares
A segunda parte da fábula conta que o gafanhoto, que havia se recusado a ajudar a formiga, após passar por um período de grande dificuldade, descobriu a importância de poupar. Então, ao entender a importância de não só economizar, mas também de colaborar para a construção de um objetivo, passou a ajudar sua amiga formiga na coleta de mantimentos.
Nesse contexto, aposte em uma conversa franca com sua família. Mostre seus objetivos e os esforços necessários para atingi-los. Engaje seus filhos no processo e, com isso, desenvolva neles a habilidade de lidar de forma saudável com a gestão de recursos.
A partir do momento em que a formiga e o gafanhoto passaram a trabalhar juntos, não só reuniram tudo o que precisavam em menos tempo, mas também tiveram a oportunidade de compartilhar momentos de lazer. Com a escolha dos argumentos certos e das estratégias adequadas, você e sua família terão uma vida financeira mais tranquila e equilibrada.
Agora que você descobriu o que é reserva de emergência, está apto a adotar medidas que vão ao encontro de construir a sua. Para isso, recomendamos que você aprofunde seus conhecimentos e, caso necessário, procure orientação profissional.
Não perca de vista a importância de poupar recursos para situações emergenciais. Isso trará mais segurança e tranquilidade para enfrentar momentos adversos. Afinal, ninguém está livre de passar por um período de dificuldade, não é mesmo?
Quer saber mais sobre educação financeira? Leia também o post que preparamos sobre as melhores práticas de finanças pessoais.
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