Juros de empréstimo: tendências 2018

Juros de empréstimo: tendências 2018

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Os juros não estão só nos extratos bancários, no cartão de crédito ou nos juros de empréstimo. Eles exercem muito mais influência do que imaginamos no nosso dia a dia. O primeiro grande impacto deles pode ser sentido nos movimentos econômicos do país: o mercado de câmbio (valor do real frente as moedas estrangeiras) e a inflação sofrem interferência direta, por exemplo.

Dessa forma, a taxa de juros não é apenas um indicador do custo do dinheiro: ela funciona como instrumento da política econômica em vários países. E os efeitos de suas alterações, claro, chegam a todos os consumidores. Por isso, é tão importante conhecer seu funcionamento.

Se você tem objetivos a concretizar em 2018, especialmente aqueles que podem ser viabilizados pelo crédito, veja quais são as perspectivas para a taxa de juros de empréstimo neste ano. Boa leitura!

O que é a taxa básica de juros?

A taxa básica de juros (também conhecida como Sistema Especial de Liquidação e de Custódia – Selic) é uma das principais ferramentas da política econômica e estão diretamente ligadas aos juros de empréstimo, por exemplo. Quando a inflação está acima da meta, é sinal de que há muito dinheiro circulando na economia, o que leva a uma maior pressão sobre os preços.

Alta demanda, portanto, equivale a alta taxa de inflação. É comum que, nesse contexto, a taxa de juros de empréstimo aumente. E como eles estão atrelados ao custo do capital, a tendência é que a concessão de crédito fique mais restrita, de forma a controlar a demanda no mercado consumidor.

Assim, sempre que o Comitê de Política Monetária (Copom) muda a Selic, está sinalizando uma nova prática no mercado financeiro e interferindo especialmente no crédito. Se ela sobe todas as demais taxas de juros do mercado, como juros de empréstimo, juros bancários e investimentos, entre outros, vão junto. Quando há recuo, todas elas são reduzidas.

O cenário atual não poderia ser mais favorável aos consumidores. Na última reunião do Copom, os juros básicos da economia foram reduzidos para 7% ao ano, o menor nível da série histórica. Para se ter uma ideia do quanto essa diminuição é significativa, basta comparar com valores recentes: de julho de 2015 a outubro de 2016, a Selic esteve em 14,25%.

O que é o Boletim Focus e quais são suas projeções?

Quem acompanha o noticiário de economia, percebe, no início de cada semana, uma informação recorrente: as expectativas econômicas do mercado. São projeções relativas a taxa de juros e de inflação, câmbio e crescimento da economia.

A fonte dessa informação é sempre a mesma: o Boletim Focus, um relatório de mercado emitido pelo Banco Central do Brasil (Bacen) com a previsão para esses e outros indicadores. As perspectivas em relação aos números da economia são coletadas com os principais analistas do mercado.

Essas projeções são revistas semanalmente. Assim, há ajustes de acordo com os movimentos econômicos. Por exemplo, com a regressão da Selic ao menor nível já apurado, os analistas preveem que a tendência, levando em conta o cenário, é de que em 2018 a taxa de juros mantenha a perspectiva de queda.

O último relatório de 2017 considera que a taxa, ao fim de 2018, deve estar em 6,75% ao ano. Essa redução deve ser sustentada, sobretudo, pela queda projetada para a inflação e pelo crescimento econômico.

Como foi o comportamento da taxa de juros de empréstimo em 2017?

A Selic determina a taxa mínima de juro a ser cobrada pelas instituições financeiras. Na prática, porém, o valor repassado ao consumidor é bem maior. Isso porque a concessão do crédito sofre influência de vários fatores.

O custo do capital tomado para ser emprestado ao cliente, que em média equivale à Selic, é um dos aspectos considerados no cálculo. Além disso, bancos e instituições credoras incluem na composição dos juros o seu lucro, o custo das operações bancárias (funcionários e infraestrutura, entre outras despesas) e o risco de inadimplência.

Dessa forma, na ponta, quando o empréstimo é negociado entre as duas partes, a taxa cobrada é sempre superior à básica. No crédito pessoal não consignado, por exemplo, a taxa cobrada por 65 instituições financeiras variou entre 1,35 e 21,63% ao mês (alcançando 16,73 e 956,42% ao ano, respectivamente) em dezembro de 2017.

Confira, a seguir, os juros de empréstimo cobradas pelas principais instituições bancárias em dezembro de 2017:

Instituição% a.m.% a.a.
Banco do Brasil S.A.4,41%67,87%
Itaú Unibanco S.A.4,44%68,47%
Banco Santander4,45%68,62%
Caixa Econômica Federal4,83%76,14%
Bradesco5,75%95,64%

Por isso, uma atenção que o tomador de crédito deve ter é pesquisar as taxas cobradas em várias instituições para verificar qual delas oferece as melhores condições.

Qual é a diferença de taxa entre as modalidades de crédito?

Para quem está precisando de crédito, o importante, além de pesquisar as taxas cobradas pelas instituições financeiras, é verificar as modalidades de empréstimos com juros mais baixos. Há várias opções, como o crédito consignado e as antecipações do imposto de renda e do 13º salário, por exemplo.

Uma modalidade que tem se destacado por oferecer os menores juros do mercado é o empréstimo com garantia. O tomador de crédito apresenta um bem como garantia, como um veículo ou um imóvel, e o credor consegue reduzir o risco de inadimplência e, assim, conceder um empréstimo de valor maior a uma taxa mais baixa.

Em contrapartida, existem modalidades de crédito com taxas excessivamente altas, que levam muitos devedores a enfrentarem sérias dificuldades financeiras. É o caso do cheque especial, cuja taxa pode chegar a  471% ao ano, e do cartão de crédito, sobretudo o rotativo, no qual a taxa de juros pode atingir os 791% ao ano.

Ou seja, dependendo da necessidade e das condições que o cliente tem a oferecer, como garantias ou perfil de bom pagador, é possível encontrar opções mais favoráveis — seja no montante a ser obtido seja no custo do crédito.

O que é Taxa de Longo Prazo (TLP)?

A taxa de juros nos empréstimos operados pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) é calculada com base na TLP desde 1º de janeiro de 2018. Esse parâmetro deve substituir a Taxa de Juros de Longo Prazo (TJLP) nos próximos contratos (financiamento de negócios de todos os portes, inclusive para pessoa física).

Para o tomador de crédito, inicialmente, a nova regra não trará mudança significativa, já que a taxa parte da antiga base. Para janeiro de 2018, por exemplo, a TLP será de 6,76%.

Nos próximos anos, no entanto, ela será gradualmente ajustada até alcançar, em 2022, o percentual de remuneração das Notas do Tesouro Nacional série B (NTN-B), título do Tesouro Direto atrelado à inflação. Em outras palavras, os juros no empréstimo do BNDES vão alcançar patamares próximos aos do setor privado.

Segundo o Bacen, a medida deve favorecer a redução da taxa básica de juros. A praxe do BNDES até agora era operar com percentuais menores graças a subsídios do Tesouro Nacional. Isso exigia que o Copom elevasse a Selic para ajustar as contas. Com a mudança, essa correção não será mais necessária e permitirá a redução dos juros da economia como um todo.

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